domingo, 2 de março de 2014

Problemas na Fábrica de Brinquedos



Érica Santana: Fala-vos Érica Santana em direto da fábrica de brinquedos do Polo Norte para anunciar que este ano não haverá Natal. É verdade. As máquinas avariaram logo não há brinquedos. A única coisa que se consegue produzir na fábrica são botões de punho. Tenho aqui comigo o supervisor da linha de montagem, o Duende Queixo Quebrado, que nos irá contar o que sucedeu.
Queixo Quebrado: Pois é, realmente é uma pena! Está a ver aquele painel com botões coloridos? É ali que, carregando nos botões certos, escolhemos os brinquedos que queremos fazer. Depois, estes saem na passadeira prontos a embrulhar. No entanto, agora, da máquina só saem botões de punho. E somente de uma cor. Cor-de-rosa. Não há outras cores.
Érica Santana: Curioso! A que se deve esta avaria?
Queixo Quebrado: Não é bem uma avaria…
Érica Santana: Então, o que é?
Queixo Quebrado: Bem… É mais uma birra. Quer ver? Carregue naquele botão. O azul.
Érica Santana: O da esquerda ou o da direita?
Queixo Quebrado: Tanto faz.
Érica Santana: Pronto, já está!
Mecanismos (em coro): Nunca. Nunca Nunca mais. Brinquedos não! Pistas de carros? Bonecos de peluche? Triciclos? Bah! Não os fazemos e pronto, está dito! Queremos fabricar algo útil! Botões de punho, é isso. É o que faremos. Em tons de rosa. Retangulares, triangulares, pentagonais, redondos… É o que faremos e não se fala mais nisso!
Érica Santana: Realmente têm um problema grave entre mãos. Eis que se aproxima o Pai Natal. Boa noite, Papá. Quer dizer alguma coisa acerca do que se está a passar?
Pai Natal: Realmente, é lamentável toda esta situação. O que vou dizer às crianças? Que eu saiba não há crianças que gostem de botões de punho no Natal. Para além disso, os botões de punho são perigosos pois as crianças podem lembrar-se de os pôr na boca e ficarem com eles entalados na garganta.
Érica Santana: E não há nada que se possa fazer?
Pai Natal: Nada que eu me lembre. A única ideia que me ocorre é choramingar e espernear até que as máquinas se decidam a voltar a funcionar em condições.
Duende Firmino Vendaval: Mestre, as máquinas querem falar consigo!
Pai Natal: Que me querem? Falemos então com elas, pois então!
(Dirige-se às máquinas)
Pai Natal: Que me quereis? Arreliar-me ou dar-me boas notícias?
Mecanismos: Queremos saber por que razão é que os duendes deixaram de nos aquecer as caldeiras? Por que não nos alimentam? Se o lume morre, já não podemos fabricar botões…
Pai Natal: E depois? Que vos falte o alimento e que parem, é esse o meu desejo, não me rala nada!
Mecanismos: Por que nos tratas assim, homem cruel?
Pai Natal: Porque o Natal está à porta e vocês condenaram as crianças a uma noite tristonha sem brinquedos…
Mecanismos: E Natal sem brinquedos não é Natal?
Pai Natal: É, mas, se podemos alegrar a noite da consoada com brinquedos por que não fazê-lo? É pedir muito?
Mecanismos: Mas e depois? Como podemos nós produzir botões de punho se nos dedicarmos aos brinquedos?
Pai Natal: Então e se produzissem tudo ao mesmo tempo?
Mecanismos: Como assim, ó Patriarca?
Pai Natal: E se cosessem os botões de punho aos brinquedos? Botões nos fatos dos bonecos de corda, botões nas campainhas das bicicletas, botões a servir de faróis na dianteira dos carros de fricção, botões a servir de olhos nas marionetas…
Mecanismos: Sim, supomos que a ideia não é má. Trataremos disso agora mesmo! Meninas, vamos a isso. Mãos à obra!
Duende Firmino Vendaval: Mestre, o senhor é formidável! Salvou a noite de Natal!
Pai Natal: Como é hábito, eu dou solução a todos os problemas. Por isso sou eu o gerente desta fábrica!
Érica Santana: E daqui é tudo. O problema resolveu-se mesmo antes de eu terminar a emissão. Um bom Natal para todos e é com imensa satisfação que antevejo um Natal cheio de brinquedos. E milhares de botões de punho rosadinhos espalhados por todos os cantos do nosso planeta.

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