domingo, 19 de abril de 2015

A Viagem de Gil Eanes


Gil Eanes desembarcou nas docas de Sagres, ajoelhou-se e beijou o pó da sua terra natal. Atravessou a rua principal com alguma dificuldade por entre a multidão, entrou numa taberna e deu de caras com o seu amigo de longa data, o Velho.
  - Oh, meu velho amigo! Sentai-vos, sentai-vos! Quereis uma pinta de cerveja?

  - Podeis crer que aceito a oferta! Há meses que não molho a garganta com uma cerveja fresquinha!
  - Ah, agrada-me ouvir! Ei, Zé Taberneiro, traz mais duas que já tenho o céu da boca seco. Contai-me novas lá de África!
  - Iiiii, haveria tanta coisa que contar! Mas, em resumo, enfrentei tempestades arrepiantes, combati piratas turcos, quase que fui engolido por uma lula gigante e desviei a nau de um remoinho voraz.
  - Testemunhastes tais perigos sem arrepiar caminho? Sois mui valente!
  - Sim, é verdade! Sou um bravo homem. E um navegador sem igual. Sabeis que passei para além do Bojador? Pensáveis que eu era um marujo sem préstimo? Enganastes-vos!
  - Nunca duvidei da vossa mestria nas artes de marear! Estendei-me a mão que quero cumprimentar o melhor dos homens! 
  Apertaram as mãos com fervor, espalmaram peito contra peito num abraço amigo e despediram-se com um aceno de mão.
Trabalho cooperativo, 4ºC

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